sexta-feira, 19 de abril de 2013

Práticas de farmacêuticas aumentam riscos de efeito adverso, diz cientista



http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110327/not_imp697819,0.php


Livro que reúne estudos publicados nos últimos 40 anos aponta que 85% dos medicamentos aprovados no período são pouco inovadores
27 de março de 2011 | 0h 00 - Karina Toledo - O Estado de S.Paulo

Usuários de medicamentos estão cada vez mais expostos ao risco de sofrer reações adversas graves por causa de problemas existentes no sistema de pesquisa, aprovação e divulgação de novas drogas. Para piorar, mais de 85% dos remédios lançados pela indústria nos últimos 40 anos oferecem pouca ou nenhuma vantagem terapêutica - quando comparados aos já existentes - que faça esse risco valer a pena.

As conclusões estão no livro The Risks of Prescription Drugs (Os Riscos dos Medicamentos, em tradução livre), lançado recentemente nos Estados Unidos. Na obra, o cientista social Donald Light reúne pesquisas que mostram, por exemplo, que as notificações de reações adversas crescem 15% por ano nos EUA, além de o problema ter se tornado a quarta causa de morte no país.

O autor elenca uma série de práticas dos laboratórios - batizadas de "síndrome da proliferação do risco" - que aumenta a probabilidade de os usuários sofrerem reações adversas. A primeira delas é o fato de a maioria dos testes feitos para avaliar a eficácia e a segurança de novas drogas ser conduzida pela própria indústria, de forma a maximizar os benefícios e minimizar evidências de efeitos colaterais.

"Há vários estudos que mostram as técnicas usadas para minimizar a documentação de efeitos adversos", diz Light. Uma delas, segundo ele, é encurtar os ensaios clínicos e excluir idosos, mulheres e outros voluntários com maior probabilidade de apresentar problemas. "Quando as agências reguladoras aprovam uma droga é porque a consideram segura. Mas a verdade é que elas não têm evidências suficientes para saber isso."

Crítica. O sanitarista José Rubens Bonfim, da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (Sobravime), concorda. A forma como os estudos clínicos são concebidos, diz ele, não permite avaliar direito a segurança. "Os melhores ensaios são feitos com cerca de 3 mil pacientes. É pouco." Bonfim conta que os testes do rimonabanto (remédio para obesidade da Sanofi-Aventis, cujo nome comercial era Acomplia) foram feitos com 5 mil voluntários e ainda assim não detectaram o principal efeito adverso, a propensão ao suicídio, que fez a droga ser retirada do mercado.

Segundo dados do livro, cerca de um em cada cinco novos medicamentos causa efeitos colaterais graves o suficiente para necessitar a inclusão de um alerta na bula ou ser retirado do mercado na primeira década de uso. Exemplos recentes não faltam, como o remédio contra acne da Roche, Accutane (isotretinoína), relacionado a doenças inflamatórias intestinais. E o anti-inflamatório Prexige, da Novartis, proibido no Brasil depois de causar diversos casos de hepatite, hemorragia, arritmia e enfartes.

"Todo mundo deseja evitar o dano. A empresa perde credibilidade e dinheiro quando tem problema com produto. Mas, às vezes, só com o grande consumo os problemas são descobertos", diz Nelson Mussolini, do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma).

Procurada pela reportagem, a Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA, que representa os principais laboratórios americanos) não respondeu.
As campanhas massivas de marketing feitas logo após uma droga ser aprovada são outro problema citado por Light. Práticas como deixar amostras grátis nos consultórios médicos, diz ele, encorajam o tratamento com um produto sobre o qual não se tem certeza da segurança. "Ao longo do primeiro ano, o medicamento deveria ser usado com cuidado, em população monitorada", sugere.

Além disso, diz, as empresas patrocinam estudos em que médicos apresentam evidências de que a droga também pode ser usada para tratar condições diferentes daquela para a qual foi aprovada - o uso off label. "Nesse caso, a chance de benefício é ainda menor, mas o risco de efeito adverso, não", diz o autor.

"Medicalização". Para completar a síndrome, Light aponta a influência da indústria na produção científica que redefiniu os critérios de saúde e transformou condições naturais - como menopausa, ansiedade e tristeza - em doenças. "As pessoas estão tomando mais medicamentos por períodos mais longos. Isso eleva o risco de efeito adverso e de interação medicamentosa."

Os critérios usados para definir o que é diabete, hipertensão e obesidade foram afetados pela indústria farmacêutica, afirma a pesquisadora da Universidade Georgetown Adriane Fugh-Berman, especialista no tema. O que era considerado pressão arterial normal há 20 anos, exemplifica, hoje é visto como pré-hipertensão. Pessoas com índice de massa corporal (IMC) 30, que antes não eram consideradas obesas, hoje são obesos moderados. Isso aumenta o número de pessoas que precisam de tratamento.

"A indústria está pagando médicos para dizerem que é preciso tratar as pessoas mais cedo. Estão usando os médicos como marionetes para levar sua mensagem de marketing", diz Adriane.


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Esse artigo acima, publicado no Estadão em 2011, expõe um pouco do terror que vivemos hoje em dia, com a indústria farmacêutica dominando o mundo da medicina. O nome do jogo é lucro, e não saúde. Reações adversas a medicamentos farmacêuticos são a quarta causa de morte nos Estados Unidos. E mesmo, assim, nenhuma ação é tomada para conter a fúria desta indústria, que cresce e se torna cada vez mais poderosa às custas da vida e da saúde das pessoas.

Olhe à sua volta - quantas pessoas você conhece que têm uma saúde boa e não fazem uso permanente de nenhum medicamento? Quantas pessoas você conhece que não vivem às voltas com médicos, exames e remédios? Se você observar bem, vai ver que as pessoas estão cada vez mais doentes - e mais dependentes de remédios -  apesar de todo "avanço" da medicina nos últimos anos. 

É imperativo mudar esta situação. Infelizmente, como qualquer mudança, esta não vai acontecer de cima para baixo. Não é o governo que vai impedir o avanço deste terror (pois ele tem profundos laços de interesse com a indústra farmacêutica - todo mundo quer um pedaço deste bolo) e muito menos as descobertas da ciencia. Como este artigo acima mostra, as pesquisas sobre medicamentos não são verdadeira ciência, mas um arranjo específico para provar o que se quer provar, que medicamentos altamente perigosos são seguros. Os verdadeiros cientistas, pessoas comprometidas com a verdade, são massacrados quando suas descobertas vêm a publico e tornam evidente essa mostruosidade da industria farmaceutica.

Para dar somente alguns exemplos: Dr. Andrew Wakefield, que fez aquela famosa pesquisa na Inglaterra mostrando a correlação da vacina tríplice viral com o autismo - ele foi perseguido e difamado, e a mídia se juntou à indústria farmacêutica para desacreditar totalmente o seu trabalho aos olhos do público (claro que nada saiu na mídia sobre os muitos outros cientistas que fizeram uma revisão da pesquisa do Dr. Wakefield e a confimaram ) Dr. Hashid Buttar, que fez um trabalho belíssimo recuperando crianças autistas através da remoção do mercúrio do seu organismo - um trabalho altamente comprometedor para a indústria farmacêutica, pois provou, na prática, que o mercúrio (usado nas vacinas infantis por exemplo) é um fator causador de autismo. Dr. Buttar teve sua licença para praticar medicina cassada. Dr. Túlio Simoncini, que foi pioneiro na utilização do bicarbonato de sódio para o tratamento do câncer - uma prática que põe em risco os lucros da indústria do cancer - foi proibido de praticar medicina. E por aí à fora. 

Então a mudança só virá quando a população acordar para o que está acontecendo e começar a dizer NÃO para a indústria farmacêutica. NÃO para o uso de remédios e exames perigosos. NÃO para a medicalização da vida.

Luciana Valentim - Terapeuta Holística e membro do International Medical Veritas Association (IMVA)


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